Man Ray, Observatory Time - The lovers (1936).
Fragmento N º 13
Finnegans Wake (James Joyce)
Noite após navesilente noite enquanto a infantina Isobel (que estará corado todo o dia para ser, quando crescer num domingo, Santa Mirta e Santa Ebúrnea, quando ela recebeu o véu, a bela monja debutante, tão simplesmente noiva, em sia pura coifa, irmão Isobel, e no domingo seguinte. São Miguel, quando ela parecia um pêssego, a bela Samaritana, ainda tão linda, e tão noviça ainda, soror Sanittette Isabelle, com punhos amengomados mas nas manhãs de dia-santo, natal, páscoa, quando ela usava uma agrinalda, a viridente viúva das dezoito primaveras, Madame Isa Veuve La Belle, tão felizmente triste em seu longo véu de orfã, crepe com botões de laranjeira) pois era a única menina que eles amavam, eis a pérola-fília que tanto estimais, por causa do ar da noite em que pela primeira vez nos vimos, está fadada a ser, pressinto, e não em vão, aminha fada preferida, dormindo de camissola na sua dulcâmara, sob doceldedamasco, açucarcândida, em sono uníssono com sua colcha de restolhos, Isobel, ela é tão bela, palavra d'olor, ohos colírios e madeixas primarosas, caladamente, abrolhos fechados, em malvas de musgo e dafnedálias, ah como está tão quieta, sôbolas sarças, filha d'alga, como alguma folha desgarrida, botã-de-flor, que de bom grado seria já, pois cedo há-de ser de novo, quem me ama, me dama, me doma, ai de mim! profundamente, agora na cama calma dorme.
(tradução de Augusto de Campos)
Vejam no canal do Grupo Oficcina Multimédia no youtube o curta-metragem "Diva Divina" comemorativo do centenário do Bloomsday (2004). O vídeo tem direção de Ione de Medeiros, edição de Henrique Mourão e Escandar Alcici Curi e foi inspirado no fragmento acima do livro "Finnegans Wake" de James Joyce. Segue vídeo: